O presidente da Associação Comercial de Portimão (ACP) disse hoje que várias empresas do concelho "correm o risco" de fechar as portas, devido ao atraso no pagamento das dívidas aos fornecedores por parte da autarquia.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ACP, Paulo Pacheco, disse que "o incumprimento da autarquia, está a asfixiar a economia do concelho, já de si prejudicada pelo aumento do desemprego na região".
De acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, realizado pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, Portimão é um dos municípios portugueses mais endividados (com um passivo 147.925.098 euros) e o segundo tem mais dívidas a fornecedores.
No total, são necessárias as receitas próprias de dois anos para liquidar o valor que está em dívida, na ordem dos 116 milhões de euros. Portimão foi também o município com o maior aumento do passivo entre 2009 e 2010, na ordem dos 60 por cento.
"Os atrasos nos pagamentos aos fornecedores têm uma grande implicação na vida das pequenas empresas", observou Paulo Pacheco, antevendo maiores dificuldades para os empresários locais, "pelo facto de terem de suportar o IVA associado às dívidas".
O "Governo deveria ter em atenção esta realidade, e fazer algo que pudesse aliviar os impostos sobre as pequenas empresas", frisou.
Segundo Paulo Pacheco, a "situação é insustentável para os pequenos empresários, e uma certidão de óbito para as empresas".
Na terça-feira, foram apresentadas as conclusões do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, realizado pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, que faz uma análise da saúde financeira dos 308 municípios, de 304 empresas municipais e de 29 serviços municipalizados, considerando os dados oficiais declarados em 2010.
De acordo com o estudo, os municípios e as empresas municipais devem globalmente cerca de 10 mil milhões de euros e estão a demorar mais a pagar aos fornecedores, prejudicando as economias locais.
Cerca de 80% dos 308 municípios têm pouca capacidade para gerar receitas próprias, dependendo em pelo menos 50% das verbas transferidas pelo Estado para sobreviver.
Fonte: RTP
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